sexta-feira, agosto 29, 2014

O apenas estar

Pensando, não sei o que dizer sobre nós
Um nós que nunca se existiu
Um nós que era somente eu e as vezes você
O apenas estar
E mesmo com tantas voltas que demos
Voltamos sempre para lugar nenhum
E nunca fomos a lugar algum
Viver se podando
Mensurando cada toque
E não dizer nada
Se aliando ao silêncio
O apenas estar
Sem saber se faz bem ou mal
Sem saber a diferença entre alegria e dor
Se importar em não se importar
E não saber onde chegar
E se tem lugar para chegar
Sem saber se basta
O apenas estar
E tudo o que foi construído
Assistir desmoronar
A quem irei chamar
E o que fazer com essa coisa
Que vem de dentro e domina
Que te consome
Essa coisa chamada saudade
Que corrói
Que exacerba a alma
E te preenche de vazio