E dessas tantas

Mergulhada nos meus pensamentos

Nos meus sentimos

Na minha incapacidade de seguir em frente

Na minha incapacidade de sair do lugar

Em uma tarde de domingo quente

Escuto o som

Ecoando pelo quintal

Aquela risada infantil

Aquela gargalhada espontânea

E tenho certeza que ele ri apenas da água

Ou da maneira que a água respinga no chão

E me apaixona esse som

Me apaixona essa gargalhada

E vejo diante de mim

Uma vida inteira que está por vir

E uma vida inteira que já vivi

Foram tantos anos e ao mesmo tempo tão poucos

Foram tantas vidas

Onde não me ficou nenhuma

E nessa outra vida

Percebo que a mim não cabe

Que talvez não me caiba

E porque eu deveria caber

A onde já não há mais espaço

E vejo diante de mim

Uma vida inteira que ainda está por vir

E dessas tantas vidas

Só me basta uma. 

Hoje, passa a ser ontem

E me falavam do tempo
Que maior piada poderia ser
Quem se importa com o tempo
Quando só se quer viver o hoje
E inevitavelmente o tempo passa
Hoje, passa a ser ontem
E todos os sentimentos
Todos os pensamentos
Mal se tornam lembranças
Momento borrados
Que num dia qualquer
Durante a rotina diária
As vezes faz surgir um sorriso nos lábios
Riso que não representa alegria nem dor
Riso da certeza que se estava errado
Quando todos diziam que o tempo cura tudo
E era incapaz de acreditar
Riso de saber como podemos ser tolos
Riso pela certeza de ser tolo
Riso por todas as vezes que fomos tolos
Riso pelo tempo que se torna aliado.

O apenas estar

Pensando, não sei o que dizer sobre nós
Um nós que nunca se existiu
Um nós que era somente eu e as vezes você
O apenas estar
E mesmo com tantas voltas que demos
Voltamos sempre para lugar nenhum
E nunca fomos a lugar algum
Viver se podando
Mensurando cada toque
E não dizer nada
Se aliando ao silêncio
O apenas estar
Sem saber se faz bem ou mal
Sem saber a diferença entre alegria e dor
Se importar em não se importar
E não saber onde chegar
E se tem lugar para chegar
Sem saber se basta
O apenas estar
E tudo o que foi construído
Assistir desmoronar
A quem irei chamar
E o que fazer com essa coisa
Que vem de dentro e domina
Que te consome
Essa coisa chamada saudade
Que corrói
Que exacerba a alma
E te preenche de vazio

Deixa pra lá!

Enquanto metade de mim se resume a dramas
Que revive e repete
Que sofre, se envolve
Que interpreta, deduz
Que inventa
Outra parte só sabe dizer: Deixa pra lá!
E com o passar do tempo
Percebo que não há mais tanto
Espaço para dramas
Onde aquele emaranhando de pensamentos
Se dissipa e tudo fica limpo
Só sobressaindo o: Deixa pra lá!
Deixa pra lá
Que diferença faz
Isso não muda nada
Não há porque perder tempo
Com coisas que não te levam a lugar algum
Com incapazes
Deixa pra lá!

E os que caminham

Uns celebram a vida
Outros lamentam a morte
Eu me mantenho estagnada
Não se pode caminhar
Se entender porque se deve caminhar
Não se sai do lugar
Pois não sabe em que direção se deve ir
E não me venham com essa
De que importante é caminhar
Sem se importar com a direção
Andar em círculo e estar parada
Não muda muito as coisas
E os que caminham
Se cansam e não saem do lugar
E talvez eu esteja olhando o tempo passar
Talvez eu goste de ver o tempo passar
Talvez eu espere pelo tempo passar
Mas ainda assim eu insisto em caminhar
Mesmo sem saber para onde ir.

Mar das lamúrias

As vezes eu gostaria de apenas molhar meus pés
Mas simplesmente eu não consigo não mergulhar
O mais profundo possível
Não consigo não me entregar
Ao meu oceano profundo das dores
Ao meu mar das lamurias
Não consigo sentir a dor
Sem deixa-lá me devastar
Não consigo se quer me mover
E a cada instante eu vou mais fundo
A cada instante tudo fica mais escuro
A cada instante tudo fica difuso
E eu continuo a nadar no mar das minhas lágrimas
No mar das lamúrias
Onde sofrer pode ser por escolha
Eu não consigo apenas molhar meus pés
Eu me entrego ao infinito
Onde o quão mais fundo se vai
Mais tudo perde o sentido
Onde mais se sente
Que te faz esquecer o que sente
E eu não consigo apenas molhar meus pés
Mas aprenderei a não mergulhar tão fundo.

Falam tanto

Falam tanto de amor
Falam tanto em amar
Que alguém não amou
Alguém não soube amar
Eu te amo pra cá
Eu te amo pra lá
Eu te amo muito
Eu te amo demais
Penso que já não sei mais o que é amar
Amores que duram por um verão
Amores que vem e vão
Se amor é...
A forma mais incondicional e pura 
De sentimentos por alguém
Talvez isso de fato não exista
Talvez eu não saiba fazer isso
Amarei para mim mesma
Amarei comigo mesma
Amarei em segredo
Amarei sem...
Eu te amo pra cá
Eu te amo pra lá
Eu te amo muito
Eu te amo demais
Amarei em silencio
Amarei sem gritar
Amarei para mim mesmo
Mesmo que não saiba amar.

Escolha escolher

As vezes é difícil não saber para onde ir
Mesmo que te deem opções
As vezes parece que nenhum caminho serve
Parece que não te levam a lugar algum
Ou ao menos a um lugar que se queira estar
Escolher é difícil
Mas não escolher é no mínimo injusto
Não saber o que escolher é frustante
Sem escolher permaneço parada
Extrema inércia
Vejo o tempo passar
E nada mudar
Eu não mudar
E vejo o tempo passando
E a vida me arrastando
Sem saber onde chegar
Sem saber pra onde ir
Sem ter lugar que deseja estar
Escolher é difícil
Mesmo que nenhum caminho pareça servir
Mesmo que não se queira ir pra lugar algum
Escolha não ficar parada
Escolha escolher
Escolha não se deixar arrastar
Viver é muito mais que isso
Fazer escolhas é se permitir viver.

Comigo mesma

E todos os dias eu preciso brigar
Brigo comigo mesma
Brigo por não me permitir pensar
Brigo por não me permitir planejar
Brigo por não me permitir sonhar
Me privo do possível futuro
Na tentativa de evitar o erro
Me proponho a não tentar
Não tentar as vezes é mais fácil
Não tentar não me permite errar
Não tentar nem sempre trás frustrações
Viver com a dúvida de não ter tentado
Ou com a certeza de ter errado
O que importa
É viver bem com minhas escolhas
De tentar de não errar
De tentar de talvez acertar
O que importa é viver bem
Com minhas escolhas
Mesmo que todos os dias eu precise brigar
Comigo mesma.

Desejo sem rebarbas

Eu não te amo demais
Eu não te desejo demais
Eu não sou apaixonada demais
O que sinto é o suficiente
Suficiente para querer estar
Suficiente para pensar
Em querer amanhã
O suficiente para me sentir satisfeita
Com o que se tem hoje
Como se tudo suavemente se encaixasse
Trazendo saciedade
Trazendo alegria
Trazendo bem querer
Desejo de estar
E eu não te desejo demais
Desejo sem rebarbas
E eu não te amo demais
Amar nunca é demais
Amar não se mensura
Se se define não pode ser amor
Amar é querer estar
O que sinto é suficiente
Suficiente para querer estar
Suficiente para pensar
Em querer amanhã.

Escolha

Seria mais fácil

Se entendesse

Que a cada vez que se faz uma escolha

Não se escolhe apenas uma coisa

Se escolhe tudo o que vem com ela

Se escolhe alguém 

Para dividir a vida

Escolheram também

Todos os defeitos, inseguranças

Dores, amores

Escolhe as escolhas

Que esse alguém já fez

Escolhe conviver

Com outros amores da vida de alguém

Se escolhe se escolher

E se a escolha talvez seja difícil demais

Se a escolha cause sofrimento demasiado

Escolha deixar essa escolha

Se se pode escolher

Escolha o que te faz melhor.

Querer de verdade

Sinto saudades de quando
As pessoas sentiam de verdade
Choravam de verdade
Riam de verdade
Brigavam de verdade
Eram amigos de verdade
Onde tudo era mais verdadeiro
Onde verdade
Não tinha vários significados
Ou explicações
Saudades de poder acreditar
Onde a sinceridade era natural
Saudade de viver de verdade
Querer de verdade
Sentir de verdade
Saudade da verdade
Que nunca vi de verdade.

Apenas por estar

Tem dias que somos invadidos
Por sentimentos bons
Mesmo sem saber porque
Só nos resta agradecer
Que mesmo
Em fase de desespero
Onde tudo parece dar errado
E todas as coisas se encontram
Confusas e fora do lugar
Onde tudo se embaralha
De maneira que não se pode desembolar
Ainda assim algo te faz bem
Ainda sim algo vem fazer bem
Ser invadido por alegria sem sentido
E torna sereno
De forma suave
Onde se sente prazer
Apenas por respirar
Apenas por estar
Onde não se tem nada
E ainda assim te satisfaz nada
Onde nada por hora se torna suficiente
Onde se está feliz por nada.

Passional

Não se deve tomar atitudes
Movido pela fúria
Ou por sentimentos que te cegam
Mas qual o sentimento que não cega?
Qual o sentimento que não mascara?
Sentimentos que nos tornam passional
Irracional
Movidos pelo impulso
De um vão momento
Colocando tudo a perder
Não agir como se quisesse algo
Se de fato não se sabe se quer
Se esperar é a questão
Espere ou não
Faça uma escolha
E seja firme com ela
Mas não seja movido
Por sentimentos que te cegam.

Por hora

Só sei que nada sei
E nem disso tenho certeza
Quando se descobre
Que te falam como certas coisas são
Mas na verdade são diferentes
Do que realmente são
Mentir
Mentir quando se é dado
A oportunidade de se dizer a verdade
O problema não é mentir
O problema é que não se pode voltar a confiar
Não há qualquer tipo de envolvimento
Onde não exista confiança
Sinto
Como se a muralha da confiança
Antes sólida e firme
Prestes a ruim
Ainda sinto algo
Querendo tapar as fissuras
Impedindo que tudo desmorone
Mas por hora
Não quero me torturar
Com pensamentos
Que não me levam a lugar algum.

O que prevalece

Aquele momento
Onde você descobre
Que tudo o que acreditou
Nunca foi verdade
Onde mentem
E continuam a mentir
Onde seu ser é
Preenchido por sentimentos
Numa confusão
Semelhante a folha seca
Pairando no vento
Sem direção
Sem destino
Onde na briga dos sentimentos
O que prevalece
É a tamanha decepção
Decepção essa por acreditar
Decepção por dar a oportunidade
De se permitir ser enganado
Onde teria lugar para fúria
Só se consegue sentir
O esvaziamento do peito
E em segundos
Todos os bons sentimentos se vão embora
Deixando...
Deixando...
Se é que deixa
Algo diferente a indiferença
Contudo
Só sei que quero
Longe
O mais longe possível
Aqueles que mentem
E aqueles que continuam a mentir.

Gosto amargo

Eu gosto do gosto amargo
Que fica
Depois que passa a melancolia
Que transforma a saliva
Em algo doce
Onde aos poucos
Se vai o gosto amargo
Levando junto o sabor do veneno
O veneno que corroí
O veneno que destrói
O veneno que amargura
Veneno que brota
De dentro de nós
Por motivo banal
Por indignos
Por nada
Veneno que remói
Veneno que destrói
Veneno que contamina
Até o que há de mais puro
Veneno que vem
E me mergulha na melancolia
Deixando um gosto amargo.

Tolos

E quando me lembraram
Que tudo é passageiro
Que as coisas vem e vão
Que nascer e morrer
São as leis da vida
Me lembraram da sua partida
Me desesperei
Humanos tolos
Quando se desesperam
Se entregam ao choro
Mergulham no pranto
E me veio todas as lembranças boas
Pensando que talvez
Não tenha feito o melhor
Que talvez tenha sido dura
Ausente
Insensível
Impaciente
Mas a única coisa
Que conseguia desejar
Era chegar em casa
E te ter em meus braços
E desejar que todos os momentos
Sejam os melhores possíveis.

Me rasgo

Hoje é o dia que eu me rasgo
E coloco pra fora
Todos os sentimentos imperfeitos
Surgidos de momentos de pesar
E quase que evapora
Sentimentos imperfeitos
Surgidos de momentos perfeitos
Que depois evapora
Indo pra lugar algum
Deixando parte de nada
O que sinto não é raiva
Porque raiva sente
Quem não sabe o que sente
O que sinto é complexo demais
Para não saber o que é
O que sinto deixa
Um gosto amargo na boca
Como de quem degluti
Aquilo que não queria engolir
Por isso
Hoje é o dia que me rasgo
E coloco pra fora
Todos os sentimentos imperfeitos
Que outrora me fizeram engolir.

Tudo que tenho

E quando penso em tudo que tenho
Tudo que tenho
São apenas meus sentimentos
Mas os sentimentos
Vem e vão
Sentimentos se misturam
Causando confusão
Ora tenho muitos
Ora tenho nada
Ora quero muito
Ora quero nada
E quando penso em tudo que tenho
Tudo que tenho
São apenas meus sentimentos
Que se misturam
Que se confundem
E penso que tudo que tenho
Não é nada
Já que sentimentos vem e vão.

Descobre

E de repente
Um dia você acorda
E descobre que se importa
Muito mais do que imaginava
Descobre que gosta
Muito mais do que queria
Descobre que mente
Muito mal pra si mesmo
Descobre que engana
Muitas vezes a si mesmo
Descobre que sabe muito
Mas que não sabe nada
Descobre que diz muito
E não faz nada
Descobre que planeja muito
Mas não concretiza nada
Descobre que é tanto
Descobre que não é nada
Descobre que descobriu
Que se tem muito a descobrir.

10 mil views

Hoje eu acordei
Vim te ver
Eis o que vejo
Mais de 10 mil views
10 mil vezes estiveram aqui
Uns voltam outros não
Mas os que gostam não abandonam, não.

Hoje me percebi

E hoje me perguntei se isso me fazia bem
E outra vez não souber responder
Quase nunca tenho uma resposta pronta
Quase nunca tenho uma resposta
Sem antes pensar, pensar e pensar
Mas se alguma coisa
Me faz sair dos meus pensamento torturantes
Me faz esquecer aquilo que me aflige
Me faz viver o instante
Não deixa dúvidas que faz bem
Hoje me percebi
Olhando pro nada
E espontaneamente um sorriso
Surgindo em meus lábios
Quando me dei conta
Revivia uma lembrança
Lembrança boa
Daquilo que me perguntava se me fazia bem
Se algo me tira do caos
E me leva pro céu
Não deixa dúvidas que faz bem.

E descubro o que sinto

Sinto-me estranha
Sinto-me apática
Sinto vontade de fugir
Sinto vontade de não estar aqui
Sinto coisas que não sei explicar
Quase me sinto triste
Mas motivo pra tristeza não há
Sinto vontade de não ficar
Mesmo que não tenha pra onde ir
As vezes de nada adianta fugir
Fujo do que tem dentro de mim
Sinto
Sinto
Sinto
E descubro que o que sinto
Não passa de saudade
Desejo
Vontade.

Um dia

Um dia você aprende
Que se tem muito mais paciência
que se imaginava ter
Que a fúria nos faz cometer bobagens
e as vezes no faz enxergar verdades
Que ser enganado dói
mas permitir-se ser enganado dói muito mais
Que se tem o direito de sentir raiva
mas não a sucumbir as vontades que ela propicia
Que se pode sentir tristeza
mas não mergulhar na melancolia
Que todas as pessoas são importante
e que você é muito mais
Que não se deve esperar muito dos outros
nem deixar que esperem muito de nós
Que mais vale um pássaro voando
do que um na mão com asa quebrada
Que ter companhia é bom
mas não necessária
Que estar em boa companhia
é estar consigo mesmo
Que muitas vezes fazer escolhas
é abrir mão de tantas outras escolhas
Que chorar as vezes é vergonhoso
mas as lágrimas levam a dor
Que as vezes perante o penhasco
você pode escolher não pular
Que as vezes a gente pula
e cai com a cara no chão
Que as vezes ter a cara no chão
nos faz ver melhor o caminho que estamos seguindo
Que se pode desejar pisar em terra firme
mesmo sem a certeza de conseguir mover os pés
Um dia você aprende que o tempo passa
Certas coisas volta e outras se repetem
Que a vida é cíclica
Que por muitas vezes as histórias se repetirão
E fazer diferente depende apenas de nós.

Estranho é sentir saudades

É estranho sentir saudades
Daquilo que nunca se teve
Daquilo que está ao lado
Daquilo que nunca se quis
É estranho  sentir saudades
Daquilo que quis partir
Daquilo que não quis ficar
Daquilo que não quis voltar
Estranho o sentimento
Daquilo que talvez seja saudade
Estranho é pensar
Naquilo que não quis ficar
Estranho é o sentimento
Por aquilo que nunca se teve
Estranho é sentir saudades
Por aquilo que se está ao lado
Estranho é sentir saudades
Daquilo que nunca se quis
Estranho é sentir saudades.

Pássaro

Um dia caminhado
Encontrei um pássaro que me parecia machucado
Afaguei e alimentei o pássaro
Me senti feliz por isso
Todos os dias eu voltava no mesmo lugar
Alimentava, afagava
E passava um tempo admirando o pássaro
Cada dia
Aquilo entre a gente crescia
E eu nunca sabia se o encontraria novamente
Mas ainda assim ia
Durante muito tempo
Essas história se repetia
E eu nunca quis capturar o pássaro
E leva-lo comigo
Mesmo pensando que talvez nunca mais o veria
Eu o amava livre, solto
E amava mais quando ele vinha a mim
Receber afagos
Se eu se quer precisar pedir
Mas um dia o pássaro
Não mais voltou
E eu fiquei triste
Sem saber se a culpa era minha
Talvez o tenha feito mal.

                                                O logo do Brochura (*___* )

Contradição

Eu não passo de uma grande contradição
Um grande antagonismo
Onde num minuto ama a noite
E no minuto seguinte deseja o dia
Onde adormece amando
Desejando
Planejando
Quando acorda nem quer saber de mais nada
Num  minuto ama passionalmente
Incondicionalmente
No minuto seguinte já não é mais nada
Numa vida onde se consegue tudo que quer
Só não consegue aquilo que deixou de querer
Mudar de opinião não é ser volúvel
Se aquilo que eu quis ontem
Hoje já não me faz querer amanha
Que culpa tenho se a cada segundo surge um novo eu
Se cada novo eu deseja um novo horizonte
Que culpa tenho eu
Se num minuto amo a noite
E no minuto seguinte quero o dia
E eu não passo de uma grande contradição
De um grande antagonismo.

Certas músicas

Certas músicas
Me provocam certos sentimentos
Que provocam certos pensamentos
Que me fazem chegar a certas conclusões
As vezes me levam pra tão longe
Outras vezes me fazem viajar no tempo
Onde futuro, passado, presente
Se homogenizam buna mesma nota
Miscigenam num mesmo tom
As vezes indo para lugares bons
Em outras lembrando de coisas
Que sempre quero esquecer
Músicas que enchem meus ouvidos
Que fazem meu coração bater
Revigorando a essência
Tornando tudo melhor
Como a lembrança
Do aroma suave da baunilha.